Nesta segunda-feira (22), o Governo do Tocantins realiza a solenidade de inauguração da nova ponte que liga o Tocantins ao Maranhão pela BR-226, no trecho entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), às 11h, nas cabeceiras da travessia, em evento com a presença do governador Wanderlei Barbosa e ministros do governo federal.
Essa inauguração tem um contexto histórico de dor e mobilização comunitária, por ser a reconstrução da antiga Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira (Ponte JK) que desabou em 22 de dezembro de 2024, provocando uma das maiores tragédias rodoviárias da região Norte/Nordeste dos últimos anos.
A tragédia que parou a BR-226
A ponte JK, que ligava os municípios de Aguiarnópolis e Estreito sobre o Rio Tocantins, era parte da BR-226, importante corredor de transporte de cargas e pessoas entre os estados e regiões produtoras do Centro-Norte do Brasil. No fim da tarde de 22 de dezembro de 2024, o vão central da estrutura desabou enquanto veículos cruzavam o local.
O colapso aconteceu de forma súbita e atingiu caminhões, carros e motos que transitavam no momento do acidente. Equipes de resgate trabalharam por dias para localizar vítimas. Ao menos 14 pessoas foram confirmadas mortas e três ainda estão desaparecidas, enquanto uma pessoa foi resgatada com vida.
Reportagens na época relataram que havia carros de carga pesada transportando substâncias perigosas, como ácido sulfúrico e agrotóxicos, o que intensificou o trabalho de fiscalização e apresentou desafios às buscas no rio.
Investigações apontam falhas em manutenção
Relatórios posteriores apontaram que o desabamento foi resultado de falta de manutenção adequada e reformas mal executadas, evidenciando um histórico de desgaste estrutural da antiga travessia que sofria críticas de moradores e usuários da rodovia antes do colapso.
Pouco mais de um mês após o acidente, as partes remanescentes da antiga ponte foram implodidas por segurança, sob coordenação do DNIT, para dar início à reconstrução do novo trecho.
Reconstrução e expectativas da nova ponte
Após o colapso, o DNIT contratou emergencialmente uma obra de reconstrução, com um investimento superior a R$171 milhões, para erguer uma travessia moderna e mais larga que a antiga, com projeto de maior resistência e capacidade para o tráfego atual.
Durante o tempo em que a ponte esteve interditada, passageiros e caminhões tiveram que utilizar rotas alternativas e balsas para atravessar o rio, o que aumentou custos e tempo de viagem para o transporte de mercadorias e pessoas entre Tocantins e Maranhão.