João Soares Rocha e Fábio Coronha da Cunha foram considerados chefes de uma rede que usava aviões e até submarino para transportar cocaína entre América do Sul, Europa e EUA.
A Justiça Federal condenou dois homens apontados como integrantes de uma organização criminosa envolvida no tráfico internacional de drogas. As investigações da Operação Flak, deflagrada em 2018, revelaram que o grupo usava aeronaves e até um submarino artesanal para levar cocaína da América do Sul a outros continentes.
Segundo a decisão da 4ª Vara Federal Criminal, João Soares Rocha, considerado o líder da quadrilha, foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de multa. Já Fábio Coronha da Cunha, descrito como seu braço direito, recebeu pena de 10 anos e dois meses de reclusão, além de multa.
A investigação começou após a apreensão de uma aeronave com 300 quilos de cocaína no Tocantins, em 2018. De acordo com a Polícia Federal, o grupo operava há cerca de duas décadas, com rotas que partiam da Colômbia e da Venezuela em direção ao Brasil, Estados Unidos e países da Europa.
Operação e rota do tráfico
Durante as apurações, a PF descobriu que os criminosos adulteravam aeronaves e usavam pistas clandestinas no Tocantins para o transporte da droga. O grupo também foi associado a um submarino encontrado no Suriname, capaz de carregar até sete toneladas de entorpecentes, possivelmente destinado ao envio de cargas para a Europa e a África.
A sentença assinada pelo juiz André Dias Irigon destaca que João Soares chefiava o esquema, financiando as operações e contratando pilotos e mecânicos. Ele também possuía fazendas, hangares, postos de combustíveis e aviões usados para dar suporte logístico ao tráfico.
O magistrado ressaltou ainda que João possui extensa ficha criminal e permaneceu foragido por quatro anos, até ser preso em março de 2024, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Atualmente, ele está recolhido na Unidade Penal de Palmas.
Defesa e recurso
A defesa de João Soares Rocha não se manifestou sobre a decisão. Já os advogados de Fábio Coronha afirmaram que receberam a notícia com surpresa e pretendem recorrer, argumentando que nenhuma droga foi apreendida diretamente com o réu durante as investigações.
Histórico da operação
A Operação Flak resultou, em 2019, em 28 prisões e 11 aeronaves apreendidas. As investigações mostraram que o grupo movimentava grandes quantidades de cocaína por rotas que incluíam países como Bolívia, Honduras, Suriname e Guatemala antes de chegar aos destinos finais.